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Mostrando postagens de outubro, 2021

Ulisses (resumo 7)

 "Linhares decadentes, a minha, a dele e todas. Você disse à pequena nobreza de Clongowes que tinha um tio juiz e um tio general do exército. Sai dessa, Stephen. A beleza não está aí. Nem na baía estagnante da biblioteca de Marsh onde você lia as profecias evanescentes de Joaquim Abbas. Para quem elas? Para as centenas de cabeças da ralé perto do pátio da catedral. Aquele que odiava sua espécie fugiu dela para o bosque da loucura, sua crina espumando na lua, seus olhos estrelas. Houyhnhnm, narinascavalares. Os rostos ovais eqüinos, Temple, Buck, Mulligan, Foxy Campbell, mandíbulaslanternosas. Pai Abbas, deão furioso, que ofensa pôs fogo em seus cérebros? Paf! Descende, calve, ut ne amplius decalveris. Uma guirlanda de cabelos grisalhos em sua cabeça anatematizada veja ele eu nos agarrando com as mãos ao último degrau do altar (descende!), segurando um ostensório, com olhos de basilisco. Desça, seu careca! Um cito devolve ameaça e eco, acompanhando em volta dos chifres laterais do

Ulisses ( resumo 6)

  "Frio e inútil: pescoço fino e cabelo embaraçado e uma mancha de tinta, um leito de caracol. No entanto alguém o amada, o carregada em seus braços e em seu coração. Não fosse por ela a raça do mundo o teria esmagado sob seus pés, um caracol sem ossos despedaçado. Ela tinha amado seu sangue afiado fraco drenado do dela próptia. Era isso então real? A única coisa verdadeira na vida? O corpo prostrado de sua mãe o ardente Columbano em seu zelo sagrado passou por cima. Ela não existia mais: o esqueleto trêmulo de um galho no fogo, um odor de pau-Rosa e cinza molhadas. Ela o salvara de ser esmagado sob pés e partirá, mal tendo existido. Uma pobre alma tendo partido para o céu: e numa charneca sob estrelas cintilantes uma raposa, com o cheiro desagradável de rapina no seu pêlo vermelho, com olhos claros impiedosos acabava a terra, escutava, esburacada a terra, escutava, cabava e cavava.     Através da página os símbolos se moviam numa solene dança mouresca, na pantomima de suas letra

Ulisses (resumo 5)

 -- Qual a sua idéia sobre Hamlet? -- perguntou Haines a Stephen.    -- Não, não -- gritou Buck Mulligan aflito. -- Eu não sou igual a Tomásde Aquino com as cinqüenta e cinco razões que ele criou para sustentar isso. Espere até que eu tenha tomado primeiro algumas cervejas.   Ele se voltou para Stephen, dizendo, à medida que puxava para baixo as pontas de seu colete amarelo-claro:    -- Você não conseguiria fazer isso com menos de três cervejas, Kinch, conseguiria?    -- Já se esperou tanto tempo -- disse Stephen indiferentemente -- que se pode esperar mais.   -- Vocês aguçam minha curiosidade -- disse Haines amavelmente. -- É algum paradoxo?    -- Ora! -- disse Buck Mulligan. -- Nós superamos Wilde e os paradoxos. É muito simples. Ele prova por álgebra que o neto de Hamlet é o avô de Shakespeare e que ele próprio é o fantasma de seu próprio pai.   O quê? -- Disse Haines começando a apontar para Stephen. -- Ele próprio?    -- Ó, sombra de Kinch o mais velho! Jafé à procura de u

Ulisses (resumo 4)

 "Haines do canto em que estava dando facilmente nó na echarpe em volta do colarinho aberto de sua camisa de tênis disse:   -- Eu tenciono fazer uma coleção dos seus ditos se você me permitir. Falando comigo. Eles se Lacan e se banham e se esfregam. Remorso de consciência. Consciência. No entanto eis aqui uma mancha.    -- Aquele sobre o espelho rachado de uma criada ser o símbolo da arte irlandesa é tremendamente bom.   Buck Mulligan chutou o pé de Stephen por baixo da mesa e disse em tom caloroso:   -- Espere até ouvi-lo sobre Hamlet, Haines.   -- Bem, eu estou falando sério -- disse Haines, ainda se dirigindo a Stephen. -- Eu estava exatamente pensando nisso quando aquela pobre criatura entrou.   -- Eu ganharia algum dinheiro com isso? -- perguntou Stephen. Haines riu e, enquanto tirava seu Macio chapéu cinzento do gancho da rede, disse:   -- Eu não posso dizer, com certeza. Ele saiu perambulando para a porta. Buck Mulligan se inclinou para Stephen e disse de maneira

Ulisses (resumo 3)

    "Eu estou derretendo -- disse ele - como a vela observou quando... Mas, psiu! Nem mais uma palavra sobre o assunto! King, acorde! Pão, manteiga, mel. Haines, venha. A bóia está pronta. Abençoa-nos, Senhor e a estas ruas dádivas. Onde está o açúcar? Ó, Cristo, não há leite.   Stephen apanhou o pão e o pote de mel e a manteigueira do armário. Buck Mulligan se sentou com súbito mau humor.   -- Que espécie de hospedaria é esta? -- disse ele. -- Eu disse que ela viesse depois das oito.   Nós podemos tomá-lo Preto -- disse Stephen sedento. -- Há um limão no armário.   --Ó, dane-se você com suas noções peculiares de Paris! Disse Buck Mulligan. -- Eu quero leite de Sandycove.  Haines veio da porta e disse calmamente: A mulher está vindo com leite."

Ulisses ( resumo 2)

  "Embrulhada longe na memória da natureza com os brinquedos dela. Lembranças invadem seu cérebro ruminante. O copo da água da torneira da cozinha quando ela se aproximará do sacramento. Uma maçã sem o miolo, cheia de açúcar mascavo, assando para ela na beira da lareira numa noite escura de outono. Suas unhas bem modeladas avermelhadas pelo sangue dos piolhos espremido das camisas dos filhos.   Num sonho, silenciosamente, ela viera até ele, seu corpo gasto dentro de suas largas roupas tumulares exalando um odor de cera e pau-rosa, seu sopro, curvado sobre ele com mudas palavras secretas, um fraco odor de cinzas molhadas. [...] Quatro reluzentes soberanos -- exclamou Buck Mulligan encantado. -- Vamos tomar uma bebedeira gloriosa para espantar até os druidas druídicos. Quatro onipotentes soberanos."

Ulisses (resumos 1)

 "Buck Mulligan limpou novamente sua navalha de barba.    -- Ah; pobre corpodecão! -- disse ele com voz branda. -- Eu preciso te dar uma camisa e alguns traposnasais. Como está a calça de segunda mão?    -- Ela está caindo bastante bem -- respondeu Stephen. Buck Mulligan atacou a concavidade abaixo de seu lábio inferior.    -- A ironia disso tudo -- disse ele satisfeito. -- Devia ser calça-de-segunda-perna. Só Deus sabe que alcoólatra sifilítico se desfez dela. Eu tenho uma com uma listra fina cinzenta. Você vai ficar elegante bela. Não estou brincando - disse Stephen. -- Se ela for cinzenta eu não posso usar.    -- Ele não pode usá-la -- falou Buck Mulligan para o seu rosto no espelho. -- Etiqueta é etiqueta. Ele mata a mãe mas não pode usar calça cinzenta.   Ele dobrou a navalha cuidadosamente e com batidinhas leve apalpou o rosto sentindo com os dedos a pele macia.   Stephen virou seu olhar do mar para o rosto gorducho com seus olhos expressivos azulenfumaçados.    -- A

Poema tenho saudades de uma dama

 Tenho saudades de uma dama como jamais houve na cama outra igual, e mais terna amante. Não era sequer provocante. Provocada, como reagia! São palavras só: quente, fria. No banheiro nos enroscávamos. Eram flama no Preto faço, um guaiar, um matar-morrer. Tenho saudades de uma dama que me passeava na medula É agonizava os pés da dama. 1992, livro Amor Natural de Carlos Drummond de Andrade. Por Welton Bakunin